Understanding Owls - Jemima Parry Jones

Olá pessoal,
Conclui a leitura do livro Understanding Owls da Jemima Parry Jones e ele é realmente muito bom, e deve ser lido por todos que querem ter uma coruja. A seguir fiz um pequeno resumo do livro, com as informações mais básicas.

Abraços,
Kátia Boroni.


Introdução

A autora borda os seguintes temas:
·         taxonomia
·         Biologia
·         Mantendo as corujas
·         Equipamentos
·         Corujas para reprodução
·         Mantendo as corujas
·         Primeiras tentativas de reprodução
·         Incubação
·         Rearing
·         Treinando uma coruja
·         Caçando com corujas

Jemima Parry Jones na sua introdução fala sobre a incrível popularidade que as corujas obtiveram nos últimos tempos, e como este livro é de antes da febre do Harry Potter graças à saga as corujas se tornaram ainda mais populares. Claro que essa popularidade trouxe consigo muitos problemas, como pessoas que compraram corujas de criadores legalizados, porém que não tinham nem preparo e nem vocação para cuidarem de uma ave de rapina e por isso milhares de corujas foram abandonadas. Isso já ocorreu antes com várias espécies de animais, como com cães Dálmatas após o filme 101 dálmatas, com tartarugas por causa do filme das Tartarugas Ninja, então antes de querer comprar um animal só porque viu em um filme é primordial estudar sobre a espécie antes e só comprar depois que souber tudo sobre ela. Jenima fala ainda sobre como ainda hoje as corujas são vistas como símbolo de morte e destruição por muitas culturas, ou de doença ou má sorte, e isso leva à perseguição e morte de muitas corujas.

Taxonomia

Neste capítulo a autora descreve as famílias do grupo das corujas. Um ponto primordial é que as corujas não são relacionadas com as aves de rapina diurnas, elas não tem a mesma estrutura física, penas ou ovos, a pelota que expelem é diferente, e elas se apoiam com suas garras de forma diferente das demais espécies diurnas, com dois dedos para frente e dois para trás. Ela reconhece que com pesquisas utilizando o DNA é possível encontrar uma ligação entre as aves de rapina diurnas e noturnas. Há vários pontos similares, como ter pés com garras poderosas, bicos curvos, excelente audição e visão e serem carnívoras. As corujas pertencem à ordem Strigiformes, que é divida em duas famílias: tytonidae e Strigidae.

Biologia

É importante conhecer o máximo possível sobre como a biologia de uma coruja, e saber como elas se comportam na vida livre para saber como é a sua adaptação à vida em cativeiro.  Quanto mais o seu conhecimento aumenta mais o seu entusiasmo sobre ter uma coruja aumentará também.

Anatomia

Vou apenas colocar alguns pontos importantes:

·         As corujas andam muito, e isso irá surpreender você.
·         Os músculos de voo contabilizam 30% do peso total de uma ave.
·         O que permite uma ave voar são os seus sacos aéreos, que estão distribuídos ao longo do seu corpo e que na verdade entram nos ocos dos ossos da asa.
·         Seu pescoço é longo e muito flexível para permitir alcançar todas as partes do seu corpo. Por isso elas conseguem manter suas penas em ótimas condições através do preening (limpeza que as aves fazem de suas penas).
·         O esqueleto de uma coruja contabiliza apenas 7% do seu peso total
·         Numerosas vertebras no pescoço permitem que a coruja gire sua cabeça 360º se começar pela parte de trás.

Morfologia

Neste capítulo além de falar sobre a morfologia geral das corujas, ela comenta sobre cada grupo de corujas.  Lembrando que no Brasil o Ibama só permite manter em cativeiro duas espécies de coruja, a tyto furcata (coruja de igreja) e a bubo virginianus (murucutu), compradas de um criador legalizado.

Subfamília tytoninae

Tyto furcata - Barn Owl - coruja de igreja
Tyto furcata
A subfamília tytoninae é a mais jovem em termos de evolução, e há 12 espécies de coruja de igreja. Elas tem provavelmente o disco facial mais pronunciado de todas as corujas (disco facial é o formato de maça do rosto da coruja), ele tem o formato de um coração e olhos escuros o que as tornam reconhecíveis por todos. O disco facial e as penas macias que ficam ao longo do bico, olhos e abertura dos ouvidos agem como um refletor parabólico, propagando o som e até uma certa extensão a luz, aos olhos e ouvidos, e assim permitindo com que ela localize a presa mesmo quando esta está escondida sob a grama, neve ou folhas. A maioria das corujas de igreja tem pernas longas e por isso são consideradas por muitos como corujas de grama, já que elas são muito ágeis no solo.



Subfamilia Buboninae

Bubo virginianus (Jacurutu)
Bubo virginianus

Também conhecidas como ‘corujas típicas’, é um grupo muito abrangente em relação a quantidade e variedade de espécies. É neste grupo que se incluem as corujas bubo virginianus (Jacurutu) a segunda espécie de coruja permitida ser reproduzida e comercializada no Brasil pelo IBAMA. A maioria das corujas deste grupo tem olhos amarelos, e variam de tamanho desde a menor de todas as corujas, a Elf Own (micrathene whitneyi) a maior de todas, a European Eagle Owl (bubo bubo).









Subfamília Striginae

Estas incluem espécies como a mais comum coruja britânica, a Tawny owl (strix aluco). A maioria das corujas deste grupo são de tamanho médio a pequenas. A Great gray owl (Strix nebulosa) pode parecer enorme e do tamanho de uma European Eagle owl (bubo bubo), mas na verdade pesa menos da metade da bubo bubo, além de ter pés bem pequenos. Ela precisa de muitas penas para manter o seu calor já que vivem no congelante Norte.

Distribuição e habitat

Tytoniane: em todo o mundo, exceto na Antártica, sendo que a coruja de Igreja (tyto alba)  é considerada como a espécie mais disseminada no mundo.  Se acredita que há 34 subespécies da tyto alba e elas variam em tamanho e cor. As corujas de igreja vivem em diferentes áreas, muitas vivem em pastos de fazendas onde elas vasculham o chão como faz um parabuteo, procurando pela visão e audição a presa, mas algumas espécies se especializaram em viver em florestas.
Buboninae: Como esta subfamília cobre um dos maiores grupos de corujas, elas podem ser encontradas em qualquer lugar do mundo.

Comportamento geral

·      ·    As corujas não tem o sentido do olfato, então elas usam a audição mais até do que a visão.
·   ·   A maioria das corujas são bem vocais, já que é pela vocalização que elas marcam seu território e encontram seus parceiros.
·        ·   Sua visão é muito boa e podem enxergar na luz do dia assim como na escuridão.
·         Pela estrutura de seus olhos a maioria das corujas não enxergam cores.
·  Suas penas são adaptadas para voos silenciosos, ao contrário das aves de rapinas diurnas.
·  Durante o dia as corujas tendem a ficarem escondidas em locais escondidos por vegetação, ou no tronco de árvores ou em pedras, tentando fingir que não estão lá.
·    Elas caçam a noite pelo método do still hunting, ou seja, elas acham um local com boa visão para se empoleirarem e ficam lá quietas esperando, observando e ouvindo por uma possível presa como um coelho, rato, inseto ou morcego. Elas usam técnicas de captura com o menor gasto de energia possível. Outras espécies irão voar rente ao solo procurando possíveis presas, em um voo silencioso.

Chamado

O barulho que as corujas podem fazer é inacreditável. O barulho é bem diferente, de acordo com a espécie. Lembrando que elas usam a vocalização para encontrar parceiros e para marcar o seu território.

Reprodução e criação


Nenhuma coruja constrói ninhos, elas usam ninhos abandonados. Todas botam ovos brancos (e não camuflados) e mais redondos do que os ovos das aves de rapina diurnas. Algumas espécies podem levar até cinco anos para chegarem à idade reprodutiva. A época reprodutiva é bem barulhenta para as corujas. A incubação é feita pelas fêmeas, mas a alimentação é feita por ambos.




Sobrevivência

A vida em cativeiro é sempre mais longa do que a vida livre. Em cativeiro uma coruja pequena da espécie Tawny (strix aluco) vive 6 anos na natureza e até 20 anos em cativeiro. A maior ameaça para as corujas não são os predadores, mas sim a perda de habitat natural. Parece que as corujas não conseguem se adaptar tão bem como as aves de rapina diurnas às alterações no seu habitat natural.

Mantendo uma coruja

Primeiro você tem que se perguntar por que quer ter uma coruja. Se é para mantê-la em um viveiro adequado à espécie, para amansá-la utilizando técnicas de falcoaria ou para cria-la como um pet ou para caça. Depois levar em conta uma série de fatos:

a)      Barulho: não há como evitar totalmente o barulho das corujas.
b)      Longevidade: há espécies que vivem até 20 anos
c)       Alimentação: precisa alimentar ela com ratos, camundongos ou codornas.
d)      Veterinário: precisa ser um veterinário especializado em aves

Espaço e equipamentos necessários para manter uma coruja

Um fato importante sobre o livro é que a autora passa diversas plantas de viveiros/recintos adequados para as corujas, de acordo com o seu tamanho. Ela não recomenda manter uma coruja em um poleiro em arco, como fazemos no Brasil. Mesmo quando ela cita corujas treinadas para voo utilizando métodos de falcoaria, as aves ficam nos seus recintos quando não são manuseadas. Claro que se é possível construir um recinto para a sua coruja é bem melhor, mas caso contrário isso não o impede de ter uma coruja atrelada a um poleiro. É assim que a maioria dos falcoeiros mantem as suas aves no Brasil. Lembrando que a autora é Britânica e na Inglaterra a maioria das pessoas vive em casas com grandes jardins ou gramados, sendo possível a construção de recintos com facilidade.

Lista de equipamentos para as corujas

Para corujas não treinadas
Para corujas treinadas
1 - Um aviário
2 - Um lugar para guardar os equipamentos
3 - Um freezer para congelar a comida de sua ave
4 - Uma geladeira para guardar a comida de sua ave em algumas ocasiões
5 - Uma luva de falcoaria
6 - Uma rede macia e funda para capturar a sua ave, caso ela não seja treinada
7 - Um alicate para cortar a unha de sua coruja
8 - Um kit de primeiros socorros
9 - Uma caixa de transporte de madeira com uma porta de deslizar, buracos para
ventilação, mas ao mesmo tempo escura e forrada de astrotuf (grama artificial)
10 - Um quarto menor para tratamento, caso a sua coruja fique doente
Todos os equipamentos ao lado e mais:
a) Aylmeri jesses
b) Dois pares de "hunting straps", tiras de couro permanentes que devem ser
amarradas aos jesses e trocadas anualmente
c) Destorcedores de tamanho adequado
d) Leash
e) Uma bolsa de falcoeiro
d) Isca (lure)- caso você queira treinar a coruja a persegui-la ou para ensinar a caçar.
e) Guizos de tarsos ou de cauda se você for voar a coruja longe de casa.
f) Telemetria (opcional)

Reprodução

A autora fala sobre a reprodução das corujas no seu centro, e como é o processo de incubação artificial. É bem detalhado e demonstra como é necessário muito conhecimento técnico, equipamentos de boa qualidade e em quantidade adequada, uma equipe bem treinada e muita, mas muita paciência.

Alimentação


Mesmo as menores espécies de coruja tem os pés poderosos, já que elas pegam o alimento com os pés. A maioria das presas é composta por animais bem pequenos, mesmo para as grandes corujas. As corujas de igreja normalmente se alimentam de pequenos mamíferos como ratos. As corujas regurgitam uma pelota todos os dias, como as demais aves de rapina diurnas. A diferença é que as corujas não digerem bem os ossos, saindo na sua bolota ossos inteiros não digeridos, graças ao diferente sistema digestivo que elas possuem, em comparação com as aves de rapina diurnas. O melhor é sempre alimentar a coruja a noite do que de dia, já que são aves de hábito noturno.

Quanto alimentar?

É a pergunta mais feita à autora, mas também é a mais difícil de responder, já que isso depende da espécie, sexo, clima e também o tipo de alimento que você está usando, se ela é domesticada para voo ou não, se vai utilizá-la na caça. A alimentação de aves para voo é mais crítica do que para as aves de aviário ou para reprodução. Para as aves de aviário, a autora propõe uma pequena lista, a seguir coloco apenas para as espécies que podemos ter no Brasil.

Corujas Grandes Eagle Owls
Corujão orelhudo (Bubo virginianus)
Corujas médias
Suindara (Tyto alba).

4 a 5 pintinhos;
ou 1 rato;
ou 4 a 5 camundongos;
ou 1 terço de coelho;
ou meio porquinho-da-índia;
ou 1 codorna graúda


2 a 3 pintinhos;
ou 1 codorna média;
ou meio rato;
ou 2 a 3 camundongos;
ou uma perna traseira de coelho
(esqueça o porquinho-da-índia com estas corujas)

Nota pessoal: Para os iniciantes é importante deixar claro que não se pode alimentar corujas ou qualquer outra ave de rapina com carne que compramos no supermercado. As aves de rapina diurnas ou noturnas estão adaptadas a comerem a carne de suas presas, engolindo junto pedaços de ossos e penas ou plumas. Se você dá carne moída ou peito de frango ou qualquer outro tipo de carne de supermercado para uma ave de rapina sua saúde ficará muito comprometida e isso poderá levar ela a óbito. Por isso é necessário muito estudo antes de ter a sua ave de rapina, procurar a ajuda de um veterinário especializado em aves e só depois comprar a sua coruja de um criador legalizado.

Água para as corujas

Ainda há muita gente que acredita que aves de rapina não bebem água, mesmo dentro do mundo da falcoaria, e isso é totalmente errado. Não é porque estas aves não bebem muita água ou porque você não as vê bebendo que elas não precisem de água. É muito importante que as corujas tenham a chance de beber água e de se banhar a qualquer momento, a não ser que a temperatura esteja muito fria. Trocar a água da banheira de sua coruja pelo menos uma vez por dia é o ideal.

Treinando uma coruja

A maioria das espécies de corujas podem ser treinadas, mas nem todas DEVEM ser treinadas. A autora acha errado imprintar e treinar corujas raras ou em extinção já que estes exemplares nunca poderão se reproduzir. Quanto menor a espécie mais difícil o seu treinamento e maior a chance de morte causada por stress ou por redução excessiva do seu peso.

Treinando corujas "selvagens"

A autora é completamente contra o treinamento de corujas selvagens criadas pelos pais, mesmo com o argumento de que seria o mesmo que treinar as demais aves de rapina diurnas. Eles já tentaram no centro treinar corujas selvagens e algumas espécies preferem morrer do que responder ao treinamento, enquanto outras espécies continuam a ser muito selvagens e nunca se tornam mansas, amigáveis ou relaxadas como as corujas criadas na mão (imprintadas).

Lembrando que as corujas são muito diferentes das aves de rapina diurnas, e por isso elas tendem a ser mais gentis para o manuseio quando criadas na mão do que as aves diurnas. Porém é importante lembrar que quanto mais mansa a coruja, mais provável é que ela seja extremamente barulhenta, o que significa que você poderá ter problemas com os vizinhos. Por outro lado, não pense que se uma coruja não for domesticada ela será quieta porque ela não será!

Qual é a melhor coruja para um iniciante?

Assim como no caso das aves de rapina diurnas, o melhor é não começar com corujas muito pequenas, pelo seu controle de peso ser mais delicado e, portanto mais difícil, especialmente quando há que reduzi-lo por conta do treinamento e muitas vezes um erro neste caso pode leva-la à óbito.

Ela sempre recomenda corujas de tamanho médio, no Brasil seria o caso da Suindara (tyto furcata) ou coruja de igreja. No caso é possível começar com uma coruja grande, como a Jacurutu (bubo virginianus), mas elas podem ficar muito agressivas na época reprodutiva e podem deixar o seu braço dolorido com o seu peso alto.

 Recebendo a sua coruja

Ao ir buscar a sua coruja, não se esqueça de perguntar ao criador como a ave estava sendo alimentada, deste modo você saberá qual é a comida que ela está mais acostumada. Depois que a sua coruja já estiver se alimentando bem, experimente dar a ela outros tipos de comida. Você deve saber qual é a comida favorita da sua coruja, no caso das corujas da autora são sempre pintinhos de um dia. Esta comida favorita deve ser utilizada apenas em momentos críticos, quando a ave não responde ao treinamento, como uma forma de resgatá-la, por exemplo, de cima de uma árvore.

A chegada da sua coruja em casa
Chegando em casa você deve colocar a sua coruja no seu recinto (ou na nossa realidade no poleiro em arco em um quarto fechado). Assim que ela chegar ela estará assustada e pode demorar a se alimentar. Você deve alimentar a coruja com o mesmo alimento e da mesma forma que ela era alimentada pelo criador (na luva, em uma vasilha ou no lure). A autora sugere recolher fezes para uma análise, e caso você perceba algo errado na sua coruja deverá leva-la ao veterinário imediatamente.

O início do treinamento
Treinar uma coruja não é diferente de treinar uma ave de rapina diurna. Toda a vez em que você entrar no aviário de sua coruja para alimentá-la, você faz um chamado sonoro (apito, por exemplo), este vai ser o mesmo som que vai fazê-la ir até você futuramente. Esta é uma maneira da coruja associar você, com o som e com o alimento.

Depois que a ave já estiver voando tranquilamente dentro do aviário e pousando com facilidade, você pode colocar o Aylmeri jesses nela. Você só deve usar as jesses quando a coruja já estiver suficientemente desenvolvida, para não machucar suas pernas. Você deverá sempre atrelar a coruja na luva, alimentá-la na luva e ir acostumando ela a ser manuseada assim, para que ela confie em você. Quando a confiança for maior, você poderá levar a coruja na luva para dar uma volta fora do aviário.

Fazendo carinho nas corujas

A autora não recomenda acariciar as corujas, já que para ela apenas o Carcará gosta verdadeiramente de afagos. O carinho nas corujas pode prejudicar as suas penas, então deverá ser evitado. Porém é importante acostumar a coruja ao toque no bico, garras, asa e cauda.

Vôo ao punho

Assim que a sua coruja estiver voando bem dentro do aviário e estiver quase totalmente crescida, você deve começar a encorajar ela a voar para o seu punho em troca de comida dentro do próprio aviário ou recinto fechado.

 Passo a passo:

1
Deixe a coruja num poleiro da altura da cintura e segure a comida longe o suficiente para a coruja ter que saltar para o seu punho. Você pode segurar a comida com a sua mão sem luva próxima a luva, fazendo movimentos circulares, ou você pode deixar a comida na luva e apontar para a luva com a mão sem luva. Lembre-se que neste estágio a coruja já deve estar acostumada a comer na sua mão de qualquer maneira.
2
 Toda a vez que você fizer isso, você deve apitar para a coruja associar o barulho ao comando, então assim que ela saltar para o seu punho, lhe dê a recompensa e gentilmente a bote de volta no poleiro, assim que você a colocar no poleiro, repita o procedimento para que a ave se lembre do que acabou de fazer.
3
Coloque um pedaço de carne no poleiro, assim você consegue dois voos, um
para a sua mão, o outro para o poleiro. Dê um sinal de mão aberta para que a ave
comece a reconhecer a mão indo para cima como um sinal de que a comida estará no
poleiro ou na luva.
4
Repita os saltos apenas 3 ou 4 vezes no dia e lhe dê muitas recompensas pelos saltos.
5
Se a coruja começar a ficar desinteressada ou lenta pare o treinamento e continue no dia seguinte. Se a coruja não quiser fazer nada, alimente-a com menos comida do que o usual e tente no dia seguinte.
6
Faça este treinamento até a coruja começar a vir de imediato para a sua luva,
quando isto acontecer você pode começar a aumentar a distância do salto lentamente,
ainda dentro do próprio aviário.
7
Você não pode treinar com a ave fora do aviário e botar um fiador em seu bracelete até que as suas pernas e ossos estejam fortes o suficiente.

Manuseando a sua coruja

Uma vez que a sua coruja estiver forte e crescida o suficiente para ser segurada pelos jesses com a luva, você deve começar a carregá-la na luva o quanto puder. Leve-a para se familiarizar com as pessoas que ela vai mais encontrar, os outros animais da sua casa, o local de treinamento que você irá com ela. Não faça passeios com a sua coruja nos horários mais quentes do dia, tente ir antes de 10 da manhã ou depois das 19 horas. Escolha um local sem grandes aglomerações de pessoas para evitar estressar a ave ou também problemas caso alguém se assuste com a ave ou se machuque ao chegar perto dela. Pese a sua coruja todos os dias antes dos treinos para saber em qual peso ela se comporta melhor, se você continuar com essa rotina de treino, a sua ave deve progredir bastante se você for paciente.

Peso de vôo

O peso das aves muda constantemente. Elas tem o seu peso de vôo e o seu peso de quando não estão voando, como aves de zoológico ou quando estão na muda. Uma das coisas que afeta o peso das corujas é a temperatura. Em climas quentes elas normalmente devem voar com menos peso do que no frio do inverno. Ao passo em que a ave for ficando em forma, ela vai ganhar massa muscular e ficar mais pesada, obedecendo aos comandos com um peso maior. Quando a ave for ficando mais velha ela pode acabar voando bem com um pouco mais de peso ano após ano. Se você introduzir a ave a algum lugar novo, ou pessoa nova, você pode acabar tendo que descer o peso da mesma para obter bons resultados até que ela se acostume às mudanças.

De vez em quando, brinque com o peso da sua ave: se ela têm voado muito bem por um bom tempo, tente aumentar o peso dela até achar o ponto em que ela começa a parar de responder tão bem, então você vai saber qual é o peso ideal para aquela ave voar bem naquele clima e com aquele condicionamento físico, assim você pode ajustar o peso que usará paras as próximas semanas - a menos que é claro, o clima mude ou a ave fique ainda mais em musculada.

Você vai começar a treinar a sua coruja dentro do aviário no início, então não precisa se preocupar muito em abaixar o peso do animal até que ela esteja bem crescida e desenvolvida. Se a ave não quiser o alimento da parte da manhã, não faz mal algum esperar até a alimentação do final da tarde para dar comida a ela; mas como ela ainda estará precisando de comida para que as suas penas cresçam de maneira saudável, então não a deixe sem comida por muito tempo.

O local de voo

Uma coisa que você deve se perguntar é: aonde eu vou voar a minha ave? Eu vou voar ela diariamente? A autora não aconselha voar a ave em parques públicos. O ideal é em um campo aberto, sem grama alta para o fiador não agarrar na vegetação, com dimensões de 2m x 30m como que em um retângulo. Você precisa ficar atento à linha do fiador a todo momento, a linha deve ficar á frente do poleiro a todo momento, não atrás, e preste atenção na direção do vento para que a linha não agarre em nada. Tenha certeza de que você tem a linha em sua mão, caso a ave decida alçar voo e fique presa em uma árvore ou até pior, em um fio de alta tensão.

O primeiro treinamento fora do aviário

Escolha um dia com tempo bom, sem muito vento para o primeiro treinamento fora do aviário. Pegue os pedaços de carne e leve em sua bolsa, leve também a comida favorita da sua coruja caso ela não queira se mexer. No caso das corujas da autora a comida favorita é sempre pintinhos de um dia.  As primeiras sessões de treinamento deverão ser no seu quintal. É  necessário abaixar o peso da coruja em relação ao peso em que ela tinha dentro do aviário.

Primeiramente, ponha o poleiro de treinamento (a autora usa um poleiro em formato de A com dimensões de 76 x 50cm) no quintal, o mais longe possível do aviário, pois muitas aves ficam dispersas quando fora do seu local usual e vão tentar voltar para o mesmo. Ela usa normalmente 3 metros de fiador no início dos treinamentos, amarrando o fio ao poleiro temporariamente. Ao longo do tempo você deve dar mais linha, dia após dia.

Passo a passo

1
Pegue a ave no aviário e coloque o seu equipamento: jesses, destorcedor e leash.
2
Pese a sua ave (lembrando de que você deve pesá-la sempre da mesma forma, com os mesmos equipamentos para não dar alterações).
3
Ponha o fiador no destorcedor diretamente, e o amarre com um nó de falcoeiro. Não remova a leash até o fiador estar preso. Depois disso guarde a leash na bolsa.
4
Coloque a ave no poleiro e chame-a como de costume. Aponte para o punho, apitando e encorajando a ave. Se ela saltar ate 1 metro você está indo vem. Chame a sua ave sempre a favor do vento.
5
Não repita o treinamento muitas vezes, senão ela vai perder o interesse e aprender a ficar cada vez mais lenta.
6
Se ela não vier mesmo depois de 5 minutos pegue a coruja e leve ela de volta ao recinto, tire todo o seu equipamento, deixe ela sem comer até o dia seguinte e tente novamente.  Abaixar o peso lentamente demais só deixa a coruja agressiva, então é melhor reduzir o peso de uma vez do que deixa-la com fome prolongada por meses.


 Os primeiros vôos da sua ave

Uma vez que a sua ave estiver vindo rapidamente ao punho no seu quintal, você
pode passar para a fase do treinamento em que a ave terá que voar em um campo maior.

1
Bote a sua ave na caixa de transporte dela e a leve junto com o poleiro no carro. b
2
Pegue tudo o que você precisa, pese e bote as jesses na coruja antes de sair.
3
Quando você chegar no local, amarre o fiador no destorcedor com um nó de falcoeiro e remova a leash.
4
Ponha a ave no poleiro e como você está em um local novo para a ave, comece
do básico. Solicite a ave que pule uma distância curta ao punho e gradualmente aumente a distância por duas vezes o comprimento do último salto.
5
Não peça que ave vá ao seu punho muitas vezes, pois a cada vez que você faz
isso, ela perde o apetite. Deve-se chamar as corujas 3 ou 4 vezes por dia no início do treinamento e ir aumentando para até mais de 6 vezes ao longo do tempo.
6
Mova o poleiro pelo campo para que a sua coruja possa ver vistas diferentes, se
puder até mude de campo de vez em quando. Mas se lembre que nunca deve-se voar uma ave perto de estradas, animais que possam assustá-la e outras coisas que possam representar perigo. Tente colocar a sua coruja em um galho mais baixo de uma árvore e fazê-la voar de lá ao invés de no poleiro.
7
Não se esqueça de que a ave precisa ver o pedaço de comida sendo posto aonde
quer que você queira que ela pouse, então para chamar a sua atenção, apite ou faça um sinal com a mão antes de botar a comida no poleiro. Depois de algum tempo, ela vai começar a confiar mais nos seus sinais e não precisará ver a comida, mas no início é sempre bom mostrar o alimento.

De agora em diante você deve pesar a sua ave todos os dias antes de ir voá-las. Tente não perder nenhum dia de treino neste estágio, pois é nesta época em que a coruja vai progredir mais. No caso de você não poder voar a sua ave neste período, não entre em pânico. Use estes dias para descobrir a quais comidas a sua ave responde melhor, qual é o peso em que ela responde melhor, e qual é a quantidade de comida necessária para manter a ave naquele peso (metabolismo). Você deve anotar isto tudo como que num diário para buscar referências no futuro.

Quanto mais coisas você puder mostrar à sua coruja nas três primeiras semanas de treinamento pra valer, melhor. Mas sempre haverá aquela ocasião em que uma moto vai passar fazendo barulho, ou qualquer coisa do gênero acontecerá e você vai ter que aprender a se virar com estes contratempos.

Voando a sua coruja livre



Uma vez que a coruja estiver voando imediatamente ao punho, do poleiro, de árvores e quando você estiver confortável com isto, é a hora de tirar o fiador. Faça tudo exatamente igual, mas tire todos os equipamentos, menos as tiras de couro (aylmeri jesses) e o guizo. Se puder leve alguém com você, caso algo ruim aconteça, mas antes tenha certeza de que a sua coruja está  acostumada com mais pessoas no campo de treino além de você. Se pintinhos são a comida favorita dela, leve alguns para o caso de uma emergência.

Lure

Agora é só continuar voando a coruja livre e comece a usar o Lure, que pode ser um com pele de coelho. Amarre um pedaço de carne no lure e deixe a coruja se alimentar nele. Com o tempo a coruja seguirá o lure. Este seria o inicio do treinamento e caça, mas a autora não dá muito detalhes sobre isso neste livro.







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