Meus estudos parte II - La cetrería en Cataluña

Continuando a minha série sobre os meus estudos, vou falar dos principais pontos encontrados no texto: La cetrería en Cataluña (2012-2013) disponível em:


Em se tratando de materiais disponibilizados online de forma gratuita, os Espanhóis realmente se destacam. Este é outro material de muito valor aos iniciantes e qualquer aficionado pela falcoaria. Com mais de 70 páginas ele faz uma breve descrição sobre a origem e história da falcoaria, modalidades de caça, aplicações da falcoaria, legislação referente à sua prática na Catalunha, notícias relacionadas à falcoaria e entrevistas a Jordi Grífols e Francesc Bolaños. A seguir irei comentar alguns trechos que me chamaram a atenção no texto.

Origem

De acordo com o autor, a falcoaria começou na Ásia há 5.000, como uma relação de comensalismo entre falcões e humanos. Tudo indica que esta relação se deu porque a atividade de pastoreio de gado do homem facilitava a atividade predadora dos falcões, já que o gado levantava os pássaros e assim os falcões perceberam que se seguissem o homem poderiam ter mais facilidade em caçar suas presas. Não há como saber com segurança como esta relação ave-homem perdura até hoje, mas com certeza valores como fidelidade, compenetração, esforço e cuidado foram determinantes para isto.

Alguns momentos históricos

Egito

Na mitologia egípcia há um Deus chamado Hórus cuja cabeça é de falcão. Acredita-se que foi ele quem iniciou a civilização dos faraós no Egito. Seu olho chamado de olho de Hórus é um símbolo de proteção usado até hoje por pessoas de todo o mundo.
De acordo com o texto a falcoaria era muito apreciada no Egito antigo, tanto é que falcões mumificados foram encontrados enterrados nas tumbas dos faraós.

China

Desde 2.000 AC já era registrada a pratica da falcoaria na China. Marco Polo ao viajar para este país encontrou mais de dez mil aves participando de uma grande caçada, organizada pelo imperador Mongol Kublai Khan.

Idade Média

Foi a era de ouro da falcoaria na Europa, desde 500 até 1.600 DC.  No tratado chamado “Traité de Fauconnerie” era especificado que só a nobreza poderia ter aves, e quais espécies poderiam ter de acordo com o seu título de nobreza:

·         A águia para o emperador.
·         o falcão-gerifalte (Falco rusticolus), ou Gyr, para o Rei e a Rainha
·         o peregrino para o Duque
·         O falcão Esmerilhão (Falco columbarius) para a rainha e as damas
·         O Gavião para os clérigos
·         O Cernícalo (Falco tinnunculus) para a infanta e os servos da corte
    
As infrações a este tratado eram punidos com a morte.

Alfonso X – Espanha

O rei Alfonso X é tão importante para a falcoaria e para mim na minha trajetória pessoal que ganhará um post próprio. Porém adianto que ele criou leis para regulamentar e proteger as aves de rapina, castigando aqueles que roubavam os seus ovos ou filhotes, assim como os seus reprodutores adultos. Os castigos eram consideráveis, já que a pena mínima era cortar a mão direita. Na Espanha a modalidade remonta ao reinado dos Visigodos, que introduziram a modalidade de baixo voo. A modalidade de alto voo só começou após a invasão Mulçumana.

O Declínio

Com a introdução das armas de fogo no século XVI o interesse pela falcoaria foi diminuindo, sendo que nos séculos XVIII e XIX a atividade foi quase completamente abandonada.

Recuperação

No período entre guerras no século XX a falcoaria começou a se recuperar, graças à criação das associações Deutscher Falkenorden, British Falconers Blub e North American Falconers Association (NAFA). Félix Rodríguez de La Fuente com sua obra El arte de cetrería (1965) também contribuiu enormemente para a recuperação da Falcoaria.

Tipos de caça

Alto Voo: a ave alcança grandes alturas, e por isso só é possível caçar aves como perdizes, patos e pombos. É a modalidade mais complexa e a mais espetacular, onde é comum utilizar o cão para levantar as presas. Um bom exemplo de caça por altaneria é o falcão peregrino, que com o seu voo picado mata a sua presa com um grande impacto.
Baixo vôo: a ave não alcança muito altura, no momento em que se descobre a presa o falcoeiro libera a ave do seu punho para que esta dê o seu lance. É possível caçar tanto pelo (coelhos e lebres) como plumas (aves). Um exemplo seria o gavião asa de telha (parabuteo unicinctus), umas das aves mais utilizadas na falcoaria atualmente.

Aplicações da falcoaria

Como as leis na Espanha são diferentes da nossa legislação, vou comentar apenas sobre os usos da falcoaria que são permitidos no Brasil e que foram tratados no texto:

Controle de fauna nas imediações dos aeroportos: A função é minimizar através do uso da falcoaria os riscos de colisão entre aves e aeronaves e também para evitar que aves sejam sugadas pelos compressores dos motores. Graças ao seu treinamento e à sua natureza as aves de rapina dirigem o seu ataque aos exemplares mais fáceis de serem capturados dentro de um bando de pássaros, e assim dispersam o bando. Com isso é combatido diretamente a presença de aves no campo de voo, já que elas se dirigem momentaneamente para outro local. Na Espanha o falcão peregrino (Falco peregrinus) e o Azor (Accipter gentilis) são as aves mais usadas nos aeroportos para este controle. De acordo com os dados do texto, a rede de Aeroportos e navegação aérea Espanhóis tinha em 65,8% de suas instalações a utilização da falcoaria para controle (dados de 2008).

Controle biológico de fauna invasora ou pragas: são treinadas aves para afugentar ou caçar espécies de aves, mamíferos e répteis consideradas pragas, fauna invasora ou fauna não desejada em áreas urbanas, cultivos agrícolas etc. Um exemplo de local que utiliza este controle citado pelo texto é o Jardí Botánic de Barcelona (Jardim Botânico)

Conservação e reintrodução de aves de rapina ao seu hábitat natural: Através de técnicas de falcoaria são treinadas aves que foram encontradas em centros de recuperação de fauna para que se recuperem na sua forma física e possam ser reintroduzidas no seu habitat natural.

Educação ambiental: sua utilidade é, sobretudo sensibilizar a população sobre  a proteção da natureza e também sobre à preservação dos rapinantes. Ela é feita através de voos de demonstração para sensibilizar o público. As aves são utilizadas nos eventos para fotos e para documentários para o cinema e televisão.

O texto vai além falando sobre a legislação na Espanha, em especial na região da Catalunha, mas para nós brasileiros a parte mais importante foi comentada acima. Espero que o meu resumo os levem a querer ler o texto e que assim possam aprender um pouco mais sobre esta arte fascinante!

Até o próximo post!
Boa Semana e bons voos para todos!

Abraços, Kátia Boroni.

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