Falco Sparverius na falcoaria moderna.
O
Falco sparverius é um falcão incrível, mas desvalorizado por alguns falcoeiros
que o acham pequeno ou frágil demais. É por muitos considerado como a ave ideal
para os iniciantes na falcoaria, porém para outros é a pior para começar devido
ao seu delicado controle de peso. Em entrevista recente ao Manuel Diego
Pareja-Obregon Reyes, disponível aqui no blog Diário de Estudos de Falcoaria,
ele nos disse que na Espanha a tradição é começar com um sparverius
(Cernícalo), a não ser que você tenha um tutor para acompanha-lo no campo,
nestes casos o ideal seria começar com um Harris (parabuteo).
Para
esclarecer mais sobre o manejo e treinamento desta espécie tão incrível, farei
a seguir um resumo do livro American Kestrels in Modern Falconry,
de Matthew Mullenix. O livro também tem uma versão em espanhol chamada de El
Cernícalo Americano em la cetrería moderna. Lembrando de que o livro
fala sobre a falcoaria nos Estados Unidos e cita leis e normas que não existem
no Brasil, por isso nem tudo pode ser aplicado aqui. Espero que ao final da leitura deste resumo
vocês leiam o livro completo!
Abraços,
Breve histórico
O
cernícalo americano (falco sparverius)
é o menor e o único que se reproduz nos EUA. No norte as aves são maiores do
que no sul, os machos são menores com limite inferior a 70g e as fêmeas podem
alcançar 165 g. A plumagem varia de acordo com o sexo, sendo os machos mais
coloridos.
Muitos
consideram o sparverius como uma ave principalmente insetívora, e vários
estudos comprovam que o falcão se alimenta principalmente de vertebrados
(mamíferos, aves e répteis). Claro que os sparverius selvagens caçam insetos, e
podem ser a caça mais numerosa, porém também a menos calórica. O autor cita um
estudo feito por Smith e Murphy (1973) que estimaram que a dieta do cernícalo
americano em Utah consiste em:
38% de mamíferos
57% de aves
2% de invertebrados
A
presa vertebrada mais importante é o estorninho (Strurnus
vulgaris) e rato
veadeiro (Peromyscus maniculatus).
Normalmente
os sparverius buscam suas presas saindo de um poleiro, e então a atacam e a
capturam no solo, ao contrário do que muitos acreditam que sua técnica
principal de caça seria de peneirar no ar e perseguir as presas em voo. Por
isso que a maioria dos sparverius treinados obtém suas presas de surpresa
mediante um rápido lance direto do punho.
Uso na Falcoaria
Os
cernícalos comuns (falco tinnuncuus)
eram reservados para os novatos na Europa Medieval, e eram pouco considerados
na época. Hoje em dia são pouco utilizados para caça, e tem baixa estima entre
os autores Britânicos (Ford 1992) e acabam manchando a reputação do seu parente
falco sparverius. O cernícalo comum
pesa aproximadamente o dobro do americano e é capaz de caçar uma variedade de
aves como presa. A maioria das capturas é no solo mediante lances curtos e
próximos, porém esta ave é extraordinariamente aérea e o cernicalo comum tem
mais oportunidade de caçar uma presa se o treinar voando por altanaria.
As
primeiras descrições de caça com o cernícalo americano (falco sparverius) mostra uma lista de êxitos modesta, e o autor
cita alguns falcoeiros como Fran e John Craihead, Fran Hamerstrom, James N.
Layme, entre outros.
Segundo
o autor o falco sparverius é hoje a única ave com a qual é possível praticar
falcoaria em áreas desenvolvidas com estorninhos e pardais domésticos como suas
presas principais. Com a ajuda de um lance curto, o sparverius consegue
capturar centenas de estorninhos em cada seção, os pardáis podem ser caçados
com prontidão. O voo do sparverius é geralmente curto, ainda que ele possa nos
surpreender às vezes com longos voos a perder de vista. Isso faz com que ele
seja a ave perfeita para os falcoeiros que vivem em áreas suburbanas como a
maioria hoje.
A velocidade destas aves não é muito grande, mas são agressivos,
ágeis e decididos em pequenas distâncias. São predadores de presas desde alguns
gramas até duas vezes o seu peso. Preferem avistar sua presa desde um poleiro,
porém podem adotar os estilos mais agressivos de esmerilhões e accipters quando
for conveniente. Com o tempo aprendem a emboscar suas presas e a persegui-las até
fazê-las pousarem no chão. Podem caçar pardáis através de bloqueios em voos
verticais. O seu controle de peso requer atenção, de forma que manejando
corretamente e com precisão se pode tirar o melhor partido da ave.
Escolhendo um pássaro
O
autor cita a importância de escolher corretamente que tipo de pássaro você
prefere (Niego, pasajero o zahareño) e também o sexo, de acordo com o trabalho
que será feito com ele. Lembrando que nos EUA é possível capturar pássaros da
natureza para posterior soltura, o que não se aplica no Brasil. Portanto só
temos as opções de escolher se será uma ave parental (criada pelos pais), dual
imprint ou total imprint.
O
autor prefere os sparverius pasajeros,
ou seja, capturados com um ano de idade, pois com um manejo cuidadoso crescem
quase tão mansos como os niegos
(retirados do ninho) e se são voados com regularidade tem o potencial de
adquirir velocidade no estilo dos zahareños
(pássaros capturados adultos).
Macho ou fêmea?
Não há pássaro que um
macho não possa caçar que a fêmea também não consiga fazer, mas há algumas
presas que são mais fáceis para a fêmea. Ambos são igualmente capazes de caçar
suas presas mais habituais, os estorninhos e pardais.
A fêmea é mais robusta e
tem menos problemas com presas maiores e é mais eficiente na caça na beira da
estrada, porém nem sempre o seu maior tamanho é uma vantagem, já que elas
protegem e escondem as presas com maior facilidade que os machos. Por isso para
escolher o sexo da ave é necessário pensar nas presas que querem caçar.
Manejo e treinamento
Além
de um parceiro de caça ele se torna um membro da família. Estes pequenos e
atraentes falcões podem rapidamente encantar a esposa e filhos. Isso é benéfico
tanto para o falcoeiro quanto para o falcão. Para favorecer o amansamento e
treinamento do sparverius o autor prefere reservar um espaço para ele na sala
de sua casa, e seu poleiro deve ficar sempre a vista enquanto a família realiza
suas atividades diárias. O contato com pessoas e animais domésticos deve ser
realizado o quanto antes.
Os
primeiros momentos de manejo do falcão são os piores e mais traumáticos, tanto
para o falcoeiro quanto para a ave. A ave pode se agitar e debater, dar
patadas, se pendurar de cabeça para baixo no poleiro, piar insistentemente.
Alguns exemplares ficam calmos no primeiro dia para no seguinte mostrarem sua
fúria.
Assim
que chegar o falcão deve-se tentar dar o primeiro alimento, caso ele recuse
deixe mais tarde e vá tentando oferecer comida em intervalos regulares. Uma
primeira ração boa pode ser um pardal ou ratinho fresco, se ele comer bem pode
passar a dar pedaços descongelados de estorninho.
A
água é essencial, especialmente para as pequenas aves de rapina, portanto
gotejar água nas suas garras ou ajudar com uma seringa atrasará a sua
desidratação e melhorará a confiança entre a ave e o falcoeiro. Oferecer
pedacinhos de comida e gotas de água nas suas garras é uma técnica perfeita
para eles e demais falcões.
A
redução de peso é muito importante para o manejo e amansamento, e ainda sim é
um grande desafio para os falcoeiros. Nos falcões pequenos o ritmo de perda de
peso deve ser manejado com exatidão, inexatidões descuidadas podem levar a
consequências dramáticas. Nos apêndices do livro há exemplos de pesos de voo e
calendários de redução de peso, mas nunca deverão ser considerados como absolutos
ou definitivos, apenas como base.
A
redução de peso durante a primeira semana pode consistir em dois ou três gramas
por dia, neste tempo o falcoeiro irá estimular o pássaro com voos ao punho para
alimentá-lo, enquanto continua expondo a ave à família, animais, amigos e a sua
rotina.
Depois
de uma semana o ritmo de perda de peso deve se reduzir a um ou menos de um
grama por dia. Assim que ele voar fora de casa a redução de peso deve se
limitar a quantidades de décimos de grama por dia.
Amansamento
Os
sparverius são considerados como falcões muito dóceis e que são rapidamente
amansados, porém sem um programa de redução de peso eficaz e sem um programa de
treinamento isto poderá não acontecer. Se ele estiver muito rebelde, uma vez
treinado, pode ser introduzido na caça de estorninhos, talvez melhor do que nos
pardais que são mais velozes e mais provável dele carregar a presa. Desta forma
ele irá se amansando através da rotina de caça e da repetição de voos ao punho
para receber sua comida.
A
maioria dos sparverius terão se acalmado totalmente ao redor da quinta semana
de cativeiro e treinamento (lembrando que ele se refere à pássaros coletados).
Para um falcão que será manuseado regularmente para ser examinado para detectar
pequenos danos ou feridas é necessário que ele se mantenha o mais manso
possível.
Passo a passo do treinamento
O
autor propõe um passo a passo das lições de treinamento, que não se diferem às
outras espécies, e que não se deve passar a lição seguinte antes da anterior
ter sido totalmente completada.
2)
Retornar ao punho depois de uma debatida
3)
Comer no punho
4)
Manter-se no poleiro
5)
Voltar ao poleiro depois de uma debatida
6)
Saltar ao punho
7)
Saltar ao lure
8)
Voar ao lure com fiador ao ar livre
9)
Voo livre
10)
Introdução à caça
A rapidez depende do falcão e do falcoeiro, portanto o processo pode levar aproximadamente quatro semanas desde a captura à caça efetiva. Importante é sempre voar o sparverius em campo aberto, livre de estruturas densas ou com muitas árvores, visto que seu comportamento fica muito assustadiço em áreas arborizadas por medo de predadores.
Equipamento
O ideal é mantê-lo
dentro de casa, pelo menos durante a temporada de caça, assim se controla
melhor o seu peso e melhora a sua socialização com a família. Mantê-lo em um
viveiro de muda é perigoso já que ele voará livre e queimará importantes calorias
o que o deixará cansado para caçar, portanto o melhor é mantê-lo em viveiro de
muda apenas quando ele tiver abrasões nas patas que o impeçam de ser amarrado
no seu poleiro.
Os
bancos para sparverius são normalmente muito bonitos mas um perigo por causa da
combinação de baixo peso do equipamento e do hábito das aves girarem ao redor
do poleiro, o que conferem a estes poleiros em banco um risco desnecessário de
estrangulamento. Sob nenhuma circunstancia deve se usar bancos como equipamento
para o sparverius, para eles é melhor os poleiros em arco. Estes são pesados e
fáceis de fazer e limpar, e oferecem poucas possibilidades de que o sparverius
fique dependurado da trela.
Poleiro
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15,24cm de altura e o ápice e o diâmetro do
circulo é de 35,5cm. Possui um forro de grama artificial ou astroturf que
cobre não mais do que 7,6 cm do arco e está fixada no mesmo mediante um fio
de cabo elétrico. A grama artificial deve ser de boa qualidade e não causar
obstáculo para o livre deslizamento do anel de fixação.
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anel
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Pelo menos
7,5cm de diâmetro. Neste anel se
coloca uma trela permanente de uns 10 cm mediante um simples nó de
marinheiro. A trela pode ser elástica ainda que a elasticidade causa dúvidas
quanto ao seu benefício, já que alguns falcoeiros creem que ela pode causar
danos e feridas nas patas. Qualquer material que você use deve ser curto e
suficientemente rígido para evitar estrangulamentos.
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Braceletes ou tarseiras
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Braceletes/tarseiras
largos de 1,9cm que cobrem quase todo o tarso. Esta largura é usada pelo
autor para evitar feridas nas patas. Porém, Jennifer Coulson usa braceletes
mais estreitos, de 1,27cm porque acredita que os largos causam mais
ferimentos.
Os
braceletes e jesses devem ser confeccionados em couro suave e fino, porém
duradouro, sendo o melhor o couro de canguru e para melhorar a sua
flexibilidade é recomendável usar vaselina ou creme hidratante. O autor
aplica creme hidratante nas patas para reduzir a fricção antes de por as
jesses. O risco de produzir descamações é grande nos primeiros dias de
manejo.
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Lures
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Lure de treinamento: pesa ao redor de
90g e tem este peso para desestimular o sparverius de carregar a presa. Apresenta-se
sempre no solo.
Lure de caça: pesa somente 30g, é
suave e é elaborado para ser pego no voo pelo sparverius sem produzir dano em
suas patas.
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Luva
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Alguns
falcoeiros não usam luvas, porém os sparverius se sentem mais confortáveis
quando comem e saltam pra luva, por isso é recomendável o seu uso.
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Capuz
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Pode ser
problemático com os sparverius. O capuz tem que se ajustar perfeitamente e
ser leve como uma pluma para obter sucesso na sua utilização.
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Caixa para falcões
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Uma
solução para o uso do capuz pode ser feita de madeira ou plástico. É
indispensável para o seu transporte, já que os sparverius sentem medo ao
verem aves maiores próximas. Deve-se introduzir a caixa ao falcão durante a
primeira semana de treinamento, e é ideal que tenha um poleiro dentro dela.
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Telemetria
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Hoje já existem
sistemas de telemetria adequados à espécie, e podem ser usados sem afetar o
voo destas pequenas aves.
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Guizos
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Não devem
ser utilizados para não alertar a presa sob a silenciosa aproximação do
sparverius.
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Balança
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É necessário
que tenha precisão de 0,1g. O autor recomenda usar modelos mecânicos de braço
triplo.
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O jardim
A
luz solar, o ar fresco e a água são indispensáveis para a saúde de uma ave de
rapina treinada. Ao serem expostas ao meio ambiente regularmente as aves se
mantem saudáveis e com plumagem saudável. Tradicionalmente se colocam os
rapinantes em um poleiro exterior ao lado de uma vasilha para banho.
Para
os sparverius não é recomendado deixar as aves sem fiscalização em ambiente
aberto, já que seu tamanho pequeno os transforma em presas fáceis de outras
aves ou gatos. Além disso, essa prática pode provocar lesões já que os
sparverius se sentem desprotegidos e se debatem constantemente e piam muito.
Uma
solução simples é colocar seu poleio e banho dentro de casa próximo á luz solar
ou em uma varanda fechada por vidro. O autor mantém seu sparverius em uma parte
de sua sala que é envidraçada e várias vezes por semana ele coloca a vasilha
para o banho e na época de caça ele permite que sua ave tome banho durante uma
hora antes ou depois da caça.
Introdução à presa
O sparverius
deve ser introduzido à presa que temos a intenção de caçar. Para isso o método
com mais êxito é usar o escape (apresentação de presa viva) sob condições muito
favoráveis para que o falcão tenha êxito em captura-la.
(NT: O autor comenta que este procedimento
de escape conhecido como “bagging” é uma prática que pode despertar repúdio por
parte de alguns falcoeiros. Lembrando que o autor é dos EUA e lá essa prática é
permitida. Na Europa o uso de escape é proibido por lei e considerado como
crueldade em muitos países. Há muitos falcoeiros no mundo todo que acreditam
que o uso de escape não é necessário para introduzir o rapinante à caça. Cabe
ao leitor decidir qual caminho seguir).
Os
sparverius podem necessitar de numerosos escapes de estorninhos e pardais antes
de mostrar interesse para presas selvagens. É possível introduzir a presa a um
sparverius sem usar o escape. Também se pode apresentar a presa através de
lances fáceis a pequenos pardais em condições mais favoráveis, como quando
estão dormindo em um celeiro. Esta aproximação natural é com certeza mais
piedosa com a presa e o autor tem a tendência de recomendá-la ao invés do uso
de escapes. Como é muito provável que o sparverius carregue a sua primeira
presa, ele recomenda o uso de estorninhos amarrados nas primeiras capturas,
tanto para evitar que ele carregue como para ensiná-lo a identificar este
pássaro preto no solo como uma presa em potencial.
Usar
a técnica do Carhawking para caçar
com o sparverius também é recomendável, pois é a forma que proporcionam as
melhores oportunidades de êxito para uma ave inexperiente. Segue o passo a
passo:
Atar o estorninho em grama baixa, longe de zonas
arborizadas, e a 4,5 ou 6 metros da beira da estrada. Usar uma longitude de
15 cm de corda.
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Efetue lances com o falcão desde a janela do
condutor do carro assim que a ave tenha visto o pássaro preso. Assim que o
sparverius demonstre interesse dê um pequeno empurrão para incentivá-lo.
|
Assim que o sparverius prender o estorninho o
falcoeiro deve matar a ave para que ela não sinta dor e não machuque o
falcão.
|
Deixar que o sparverius dê uma picadas no peito,
desde a mão, e assobios entre estas picadas reforçam a associação entre a
caça real e a alimentação.
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Depois que ele coma ¼ da presa (ou por volta
de 5 gramas), deve-se oferecer um
pedaço de carne na luva e esconder discretamente a presa.
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Assim
que o sparverius golpear e capturar sem vacilar a um escape ele estará pronto
para a caça real. O falcão, apoiado na experiência com os escapes se mostrará
motivado a atacar pássaros a qualquer distância. Por isso os primeiros lances
devem ser fáceis para ir dando confiança ao sparverius.
Controle de peso
O
controle de peso é o desafio mais importante da falcoaria com sparverius. Se
você tiver êxito com estas pequenas aves, terá mais facilidade em manejar
falcões maiores.
A
resposta de peso em condições de caça de um sparverius oscila em dois ou três gramas. Muitos requerem a
manutenção de peso com uma exatidão em torno de um grama. Não é uma tarefa
fácil manejar a ingestão diária de comida de forma precisa para conseguir os
objetivos desejados. Porém a manutenção
do peso é, a princípio, um simples cálculo matemático, e quase qualquer pessoa
pode aprender contando com muita atenção e tato delicado.
Passos importantes para manter o peso
Manter o pássaro em ambientes fechados.
|
As oscilações de temperatura em ambientes externos
faz com que seja impossível alcançar o peso desejado. Se o mantemos em
ambiente fechado com temperatura controlada, com uma dieta consistente e de alta
qualidade, os sparverius perderão peso de maneira previsível.
|
Medir o peso frequentemente
|
È
necessário dispor de um ritmo de horário de perda de peso, para estabelecer
este ritmo nas primeiras duas semanas é necessário pesá-lo ao menos seis
vezes por dia.
|
Fazer um registro de peso
|
Manter
todas as anotações de peso perto da balança e anotar os pesos, dia e hora
antes e depois de cada comida. O ritmo de perda de peso se calcula ao dividir
o numero de gramas perdidas entre cada comida pelo número de horas
transcorridas entre cada comida.
|
Com
estas informações é possível prever o número de gramas que o pássaro perderá
entre duas horas do dia. Em teoria a ave treinada poderá comer suficiente ao
final de cada dia para assegurar que no dia seguinte estará novamente no peso
de caça. Se necessário dar picadinhas para ajustar o peso. A meta é que o
sparverius esteja no peso de caça todos os dias no horário adequado.
MULLENIX, Matthew. El Cernícalo americano en la cetrería moderna. 2002, pagina 46
A
perda de peso é maior durante o dia do que a noite, na maioria dos casos. O
ritmo de perda de peso deve ser
calculado como a media entre o ritmo noturno e o ritmo diurno.
Os
fatores que incrementam este ritmo de perda de peso incluem:
·
enfermidades
·
Alimento de escassa qualidade (frango ou carne
lavada)
·
Baixas temperaturas
·
Exercícios adicionais como saltos verticais
repetidos ao punho
·
Impossibilidade de dormir
Fatores que desaceleram a perda de peso:
·
Alimentação de boa qualidade (rolinhas ou
pombos)
·
sobrealimentação
Porém,
se alimentamos pouco à tarde podemos retificar dando picadinhas pela manhã. Claro que perder por completo uma refeição
diária resultará em desastre, podendo até mesmo levar sua ave a óbito.
Dieta
Sua dieta deve
consistir em pequenos pássaros ou ratinhos completos matados recentemente. Os
estorninhos e os pardais são particularmente bons. A carne destes pássaros é
apetitosa e substanciosa, de digestão lenta e induz a uma boa perda de peso.
Estas mesmas carnes conservadas no congelador e descongeladas perdem um pouco o
seu valor qualitativo. Se não se encontra algo melhor podem ser usados
temporariamente pedaços de coelho, esquilo, coração de galinha, pintinhos de um
dia ou até mesmo insetos. As carnes lavadas tem um valor escasso. São
potencialmente danosas: a carne branca de frango, as patas e os despojos de
animais e os animais atropelados. A carne processada está fora de qualquer
recomendação.
Os
sparverius treinados podem caçar diariamente seu próprio alimento e as peças
que sobrarem podem ser congeladas para uso futuro. Enquanto está em fase de
treinamento é recomendável ter um estoque de 20 pássaros congelados e uma fonte
próxima de ratinhos vivos.
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