Jorge
Lisboa, Sócio fundador da ABFPAR
Jorge, como está sendo para você participar pela
Primeira vez do encontro da ENF?
Tá sendo bem interessante, eu já
participei outras vezes de encontros da Abfpar
e estou sentindo um clima de união entre as pessoas, de muita confraternização,
e de querer fazer o melhor para a falcoaria, especialmente para a do Nordeste,
mas com uma visão mundial do que é a falcoaria.
Como você vê a falcoaria no Nordeste hoje?
Eu vejo devido a criação dessa
associação e principalmente pela colaboração da AFARN e da ANF e a ANF bastante forte, bem estruturada e
organizada. Com a inclusão agora na IAF
e com a publicação do primeiro livro. Houve um volume enorme de ave, e mostra
uma vontade enorme das pessoas em participarem.
O que você acha da parceria entre ANF e ABFPAR?
È muito importante e tem que
existir realmente visando o bem maior da falcoaria no Brasil, deixando o ego de
lado.
A ANF tem como proposta a divulgação de vídeos
de controle de fauna para ajudar na criação de uma legislação de falcoaria no
Brasil, você acha que é este o caminho?
Sim, eu acho que basicamente nós
temos a legislação para o controle de fauna e a reabilitação, só que na parte
prática muitos CETAS e o IBAMA mesmo não têm muito interesse em
reabilitação, mas no caso do controle de fauna como envolve o risco de vidas
humanas eu acho que é um argumento forte para conseguirmos justificar a parte
legal da falcoaria e tentar futuramente uma legislação.
Você apresentou sobre o Gavião Bicolor, qual a
importância de divulgar esta espécie?
É uma ave com muito potencial
para a falcoaria, mas também é reconhecida como uma ave com manejo muito
difícil, eu não sou expert na área, mas a experiência que eu tive no voo das
cinco aves. É uma ave com grande potencial que precisa ser mais explorada, que
não tem a facilidade de convívio que você tem com um parabuteo ou falco femoralis,
mas que se bem manejada você consegue sucesso com a espécie.
Você tem dois livros a serem lançados em breve,
poderia falar mais sobre eles?
O livro é introdução à arte de falcoaria no Brasil e já tá praticamente
pronto, está em processo de publicação junto à Saraiva, mas devido ao evento da
IAF na Argentina e a possibilidade
de eu treinar um falcão peregrino e incluir uma parte prática eu segurei um
pouco. O livro sobre o accipter bicolor
já está praticamente pronto, sobre a minha experiência com essas cinco aves. Essa
palestra que eu dei aqui é um resumo do livro e eu agora eu vou concluir ele e
buscar a sua publicação e eu acho que vai motivar mais pessoas a quererem voar
esta ave e trocar informações com a gente e assim todos nós crescermos no
manejo desta espécie.
Eu acho o Falcoaria online uma ferramenta muito interessante que surgiu
quando só existia os grupos do yahoo, e é a ferramenta mais utilizada e tomou
conta dos fóruns. Eu só fico com aquele receio de que as pessoas só utilizem o
fórum e não estudem, não procurem uma bibliografia consistente, procurar uma
pessoa mais experiente e acompanhar essas pessoas, porque o que eu vejo muito
hoje é muita gente aprendendo direto do fórum, e isso não é muito bom a meu ver.
O fórum é muito importante e ajuda muito, mas você não pode adquirir uma ave e
entrar no fórum para aprender.
Como você avalia a tradução de artigos no site
Falcoaria Online?
Eu acho excelente a tradução dos
artigos porque muitos artigos excelentes ficam muito limitados a algumas
pessoas do fórum já que a maioria não conhece o idioma. Se a pessoa só conhece
o português ele fica muito limitado apenas ao livro da ANF que foi lançado agora e o livro português do Crespo, então é
muita pouca bibliografia pra pessoa querer entrar no mundo da falcoaria e se
desenvolver. Eu acho que a tradução é fundamental.
Qual deve ser o próximo passo para todas as
associações?
É importante continuar com os
eventos. A ABFPAR antes já tinha
elaborado um projeto para criação de uma lei e a fizemos a pedido do IBAMA mas acabou não sendo aceita por
ser uma lei que abrangia o território nacional. O caminho é tentar a
legalização a nível estadual, cada associação em determinado estado procura a
sua legislação estadual e assim vai ampliando, como aconteceu nos Estados
Unidos com a NAFA, que começou
apenas em alguns estados americanos e hoje é legalizado em todo o país. No meu
livro inclusive eu vou divulgar esta lei que nós fizemos para o Ibama. A nova
direção da ABFPAR está com vários
novos projetos mas neste aspecto legal eu desconheço o que eles estão fazendo
porque não tem divulgado abertamente, eu acho que o caminho é esse, buscar uma
legislação estadual, no caso a ABFPAR
buscar no Rio e a ANF em Alagoas e
daí ir expandindo.
Qual a importância da presença massiva dos
Brasileiros em eventos internacionais?
Eu acho muito importante, pois
demonstra que o Brasil é um país em que os sócios demonstram interesse na
falcoaria, mesmo com as dificuldades da nossa legislação. É uma forma de
divulgar a falcoaria brasileira, e a ABFPAR
e a ANF como membros da IAF demonstra o crescimento do país na
falcoaria.
Felipe Furtado e Ively Maluna – Grupo Harpia
Como foi participar fazendo uma palestra no ENF?
O mais importante foi mostrar a
parceria muito grande entre a ANF e
o Grupo Harpia, porque existem polos
muito isolados, tem polos em Minas, no Rio de Janeiro, aqui no Nordeste, e por
isso nós tínhamos que vir, é importante participar para mostrar que no Norte
temos um trabalho muito importante e inclusive queremos conhecer todo o Brasil
através da Falcoaria, que é uma arte transcendental, muito além da biologia,
que vai a todos os polos da sociedade.
Quais os projetos futuros do Grupo Harpia?
Nós acabamos de criar a
associação e nosso próximo projeto é trabalhar na reabilitação de aves, nós
conseguimos quatro centros na zona metropolitana de Belém para trabalhar com a reabilitação
de aves, nós temos uma Harpia para treinar. Não trabalhamos só com
reabilitação, também estamos intermediando aves para participarem de outros
projetos, como estamos enviando uma Harpia para o Rio Grande do Sul para um
projeto da Hayabusa, então estamos
ajudando também outros grupos. Estamos também adquirindo aves novas, um buteo brachyurus e outro femoralis.
Nosso projeto é divulgar a falcoaria e implementar o projeto Predar da abfpar em Belém. E o nosso foco
principal da associação é participar de outros estados da Amazônia, a gente tem
um foco no Pará e Amapá e queremos ir em Outubro ir para o Amazonas e quem sabe
no Acre para formar uma associação bem unida e ter força junto com o Brasil.
Vocês pensam em fazer um
evento na Amazônia?
Nós viemos justamente para pegar ideias para a realização de
um evento futuro na Amazônia, chamando as pessoas para conhecerem o Norte do
país já que quase ninguém conhece, todos estão convidados. A gente vê que o
pessoal conhece o grupo, o apoia e isso só nos estimula a querer trabalhar mais
e divulgar mais a falcoaria. Mas o importante é trabalhar na conservação dessas
aves, a falcoaria é divulgada em tudo quanto é lugar, mas o trabalho de
conservação e reabilitação de aves nós temos que focar muito porque são áreas
precárias no Brasil. Nós queremos trabalhar especialmente com isso.
Ively Maluna - Grupo Harpia
Como você avalia a
participação do Grupo Harpia no III ENF?
A nossa participação aqui está sendo muito importante tanto
para conhecer pessoas como para ver as técnicas que eles usam, mesmo sendo o
mesmo país a gente vê a diferença de treinamento de um bicho pro outro. É
também interessante englobar mais pessoas no Brasil, e participar de um evento
desses é muito gratificante, saber que as pessoas admiram o trabalho do Grupo
harpia, coisa que a gente faz assim prazerosamente, coisa que a gente faz sem pensar que
pode levar a pessoa admirar o nosso trabalho.
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